quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Dicionário de Logística e Gestão de Cadeia de Suprimento

O Dicionário de Logística e Gestão de Cadeira de Suprimento e Operações, publicado pelo presidente do Inbrasc, Carlos Panitz, em 2006, visa contribuir com o esclarecimento do vocabulário utilizado no dia-a-dia dos profissionais de logística, compras e operações.

Abaixo você poderá ter acesso e compreender melhor o significado de alguns termos da área, e poderá fazer o download da obra completa em pdf.

APS - Advanced Planning and Scheduling – Programas de computador que valem-se de avançados algoritmos matemáticos para realizar simulações, otimizações ou buscas heurísticas, com objetivo de auxiliar nos processos de programação de produção, seqüenciamento fino, alocação de recursos, previsão de demanda e planejamento de distribuição. As técnicas empregadas pelas ferramentas de APS permitem considerar simultaneamente um grande número de restrições e regras. Sua concepção também permite que estas análises sejam feitas em tempo real e para diversos cenários. Com base na análise e comparação destes múltiplos cenários, os tomadores de decisão podem escolher um deles como o ‘Plano Oficial’. Comercialmente, as ferramentas de APS são prototipadas para tratar alguns processos básicos de planejamento, tais como: Planejamento de Demanda, Planejamento de Produção, Seqüenciamento, Planejamento de Distribuição e Planejamento de Transporte. Estas ferramentas tem sido também chamadas comercialmente de SCP – Supply Chain Planning. Termos relacionados: SCP e SCE.

ASN - Advanced Shipping Notice – Aviso de Embarque - Um arquivo eletrônico com informações detalhadas sobre o embarque, o qual é enviado antecipadamente ao cliente ou consignatário da mercadoria. As informações contidas no Aviso de Embarque podem incluir uma descrição detalhada dos itens embarcados e também os dados do transportador. No Brasil, o formato do Aviso de Embarque normalmente inclui todos os dados da Nota Fiscal. Os três principais propósitos do Aviso de embarque são: (1) facilitar a automação do processo de recebimento de materiais; (2) oferecer visibilidade do material em trânsito para o cliente e seus prestadores de serviços logísticos; (3) prover um alerta antecipado das mercadorias que estão sendo embarcadas, permitindo corrigir antecipadamente erros da Nota Fiscal ou mesmo de envio de mercadorias incorretas.

ATO - Assemble-To-Order – Montar Contra Pedido – Uma estratégia de Atendimento onde o produto ou serviço pode ser montado após o recebimento do pedido do cliente. Os componentes chave (sub-montagens, semi-acabados, componentes fabricados ou montados) utilizados na montagem ou acabamento são usualmente planejados e estocados antecipadamente, com base em previsões de demanda. Recebido o pedido do cliente, inicia-se o processo de montagem, finalização e diferenciação do produto. Esta estratégia é útil quando existe uma grande quantidade de variações possíveis para o produto final. Também é conhecida como Postergação. Sinônimos: Finish-To-Order (FTO), Configure-To-Order (CTO), Packing-To-Order (PTO). Termos relacionados: MTO, MTS, ETO, Postergação.

ATR - All-Time Requirement ou All-Time Order – Ordem de Compra ou Fabricação para um produto ou componente que está na última fase do seu ciclo de vida ou sua produção esteja sendo descontinuada, com o objetivo de atender demandas futuras. A análise necessária para definir o tamanho desta ordem deve considerar as prováveis demandas futuras de consumo, reposição e garantia. A empresa também deve avaliar a sua disponibilidade de comprometimento de capital, se o estoque resultante deste pedido for muito elevado.

Benchmarking - Benchmarking – Processo de contínua mensuração e comparação em relação a outras organizações, situadas em qualquer lugar do mundo, para se obter informações sobre filosofias, políticas, práticas e medidas que ajudarão uma organização a agir para melhorar sua performance.

Cadeia de suprimentos - Supply-Chain – Um conjunto de empresas vinculadas por processos de negócio, que possibilitam atender a demanda de um cliente por um produto ou serviço. Termo relacionado: SCM.

Centro de distribuição - Distribution Center (DC) – Um depósito ou terminal, que possui condições de receber, estocar e processar os pedidos gerados por clientes ou outros membros de um Canal de Distribuição.

Código de barras - Bar Code – Um método de identificação automática, desenvolvido nos anos 70, que utiliza barras verticais pretas e brancas alternadas, utilizado para codificar caracteres numéricos ou alfa-numéricos, a partir de diferentes padrões estabelecidos. Os códigos de barras podem ser simples (quando forem formados por apenas duas espessuras de barras) ou complexos (quando utilizarem para codificação quatro diferentes espessuras de barras), unidirecionais ou bi-direcionais, numéricos (ITF 2 of 5, UPC 12, EAN 13, DUN 14) ou alfa-numéricos (Code 39, Code 128, UCC/EAN 128). Os padrões mais utilizados no varejo são o UPC 12 e o EAN 13 (Brasil). Padrões mais avançados possuem em sua sintaxe condições de codificar de forma padronizada diversas informações, para suportar processos logísticos. No caso do UCC/EAN 128, por exemplo, existem mais de 90 campos (chamados de Identificadores de Aplicação) definidos para expressar desde o Código Postal do cliente até o número do lote do produto. Termos relacionados: EDI, RFID, Código de Barras Bi-Direcional.

EDI - Electronic Data Interchange – Troca Eletrônica de Dados – Troca entre computadores de dados, estruturados por meio de protocolos pré-definidos para fins de compartilhamento e processamento automático de informações. Em Logística, a troca eletrônica de dados é um dos elementos-chave no processo de gestão do fluxo de materiais numa Cadeia de Suprimentos. Essa troca permite a atualização de informações de demanda, pedidos de compra, avisos de embarque, movimentações de estoques, entre outras informações entre a empresa, seus clientes, distribuidores, fornecedores e prestadores de serviço logísticos. Termos relacionados: Padrões de EDI, E-Commerce.

Estoque de Segurança - Safety Stock – Estoque mantido para proteger o atendimento de uma demanda contra fontes de variabilidade conhecidas, tais como flutuações de demanda frente à previsão, atrasos de entrega e discrepâncias de estoque. Para o cálculo do estoque de segurança, deve-se levar em conta o nível de serviço desejado, os tempos de ressuprimento e o grau de variabilidade (desvio padrão) da demanda.

ETO - Engineer-To-Order – Projetar Contra Pedido – Estratégia de atendimento em que a empresa necessita inicialmente realizar um projeto de Engenharia antes de iniciar o processo de manufatura. Esse processo pode partir do zero, quando for um produto completamente novo ou pode partir de um projeto básico, já existente. Nesse caso, o esforço de engenharia seria requerido para adaptar/personalizar a aplicação e gerar os desenhos e documentações necessárias para produzir o produto diferenciado. Também costuma-se utilizar o termo DTO (Design-To-Order) quando o esforço de especificação técnica não for resultante de um projeto de engenharia (e.g. um móvel sob medida). Termos relacionados: Estratégias de Atendimento, MTS, MTO, ATO.

FEFO - First-Expire First-Out – Primeiro que expira, primeiro que sai - Regra de retirada de material do estoque que prioriza os itens pelo seu prazo de validade. Termos relacionados: Prazo de Validade; PEPS.

FIFO - First In, First Out – Vide Primeiro que Entra, Primeiro que Sai (PEPS).

Kanban - Kanban (jp) – Cartão – Um sistema de controle, normalmente visual, que permite o acionamento e o controle de movimentação de materiais para atender um centro de trabalho. Esse método pode utilizar embalagens com quantidades padronizadas, cartões coloridos e mesmo um sistema computadorizado. Em condições de operação, onde a demanda é razoavelmente constante, essa técnica de ressuprimento permite operacionalizar um processo puxado, uma vez que a reposição só ocorre quando há o consumo de certa quantidade de lotes. Este processo pode ser tanto empregado para acionar o ressuprimento interno de uma planta, como entre a planta e os seus fornecedores. Este sistema foi largamente empregado e consagrado pela Toyota Motor Corp.

KPI - Key Performance Indicator – Indicadores de Performance Chaves - O conjunto de indicadores mais relevantes para monitorar a performance de uma companhia ou departamento. Em logística, os indicadores podem ser classificados em cinco categorias: confiabilidade, flexibilidade, responsividade, custo e utilização de ativos. Os três primeiros permitem medir o atendimento que uma Cadeia de Suprimentos oferece aos seus clientes e os dois últimos permitem medir o esforço interno para prover esse atendimento. Essas cinco categorias podem ser aplicadas nos cinco macro-processos da Cadeia de Suprimentos: Planejar, Suprir, Fazer, Entregar e Retornar. São exemplos de indicadores-chave de uma Cadeia de Suprimentos: Giro de Inventário (utilização de ativos), Performance de Entrega de Fornecedores (Confiabilidade), Entrega sobre Vendas (Custos) e Lead time médio do atendimento de Ordens (Responsividade).

MTO - Make-to-Order – Fazer contra Pedido - Uma estratégia de manufatura, onde o gatilho para alocação de recursos só ocorre após o recebimento de uma Ordem do Cliente, ao invés da Previsão de Demanda. Para produtos fabricados na estratégia MTO, mais de 20% do valor adicionado ocorre após a confirmação da Ordem do Cliente e toda a documentação e especificações necessárias de projeto já estão disponíveis no momento do recebimento da Ordem. Essa estratégia também é conhecida pelo termo Built-To-Order (BTO). É muito utilizada por empresas de transformação que atendem cadeias OEM, cujos produtos são de uso exclusivo para um determinado cliente. Como geralmente o tempo de ciclo da Cadeia é superior ao compromisso de compras, poucas empresas conseguem adotar essa estratégia de forma pura. O que normalmente ocorre é que os elos da Cadeia com tempos de ciclo mais longos são planejados com base em previsões de demanda. Portanto, existe um risco dos compromissos de compra junto à Cadeia sofrerem alterações em termos de datas e quantidades. Recomenda-se que o tratamento dessas flutuações sejam suportados por regras de negócio, definidas no contrato de fornecimento. A prática corrente entre a maioria das empresas OEM é respeitar datas e volumes dentro do chamado período de congelamento (i.e. quando as previsões são transformadas em Ordens de Compra firmes) e ajustar o horizonte futuro de acordo com a previsão mais atualizada. A maioria das empresas do setor de autopeças se enquadra nessa categoria. Termos relacionados: MTS, FTO, CTO, DTO.

MTS - Make-to-Stock – Fazer para estoque - Uma estratégia de manufatura, onde os produtos acabados são produzidos com base em previsões de demandas e estocados em depósitos ou na própria planta. Essa estratégia visa compatibilizar conflitos entre demanda e capacidade disponível e, principalmente, o hiato entre a chegada do pedido de compra e o nível de serviço exigido pelo mercado para o produto. É muito aplicada por empresas fabricantes de ‘commodities’ e bens de consumo (e.g. higiene e limpeza, alimentos, materiais de construção, eletro-eletrônicos, etc). Termos relacionados: MTO, ETO, ATO.

SCM - Supply-Chain Management – Gerenciamento de Cadeias de Suprimentos – (1) Compreende o planejamento e o gerenciamento de todas as atividades envolvidas com procura, fornecimento, conversão e logística. Também inclui a coordenação e a colaboração com os canais de distribuição, os quais podem ser fornecedores, intermediários, provedores logísticos e clientes. Em essência, o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos integra o gerenciamento de demanda e suprimentos interno e entre companhias (CSCMP – 2005); (2) Organização de todos os processos de negócio que viabilizam a rentável transformação de insumos em produtos finais e os disponibilizam no tempo e quantidade requerida para atender a demanda do cliente.

S&OP - Sales and Operations Planning – Plano de Vendas e Operações (PV&O) – O processo de planejamento tático que tem por objetivo equacionar conflitos entre objetivos de negócio e planejar como serão alocados os recursos de uma Cadeia de Suprimentos para atender a demanda futura. O S&OP busca balancear demanda e suprimento, respeitando os lead times do negócio. O processo de S&OP usualmente envolve várias funções de negócio, tais como vendas, operações (manufatura e logística) e finanças, com o propósito de obter um consenso para que todos trabalhem com um único plano de volumes, compras e produção. Dependendo da dinâmica da Cadeia de Suprimentos, esse processo ocorre com freqüência mensal, quinzenal ou semanal. O processo de elaboração do S&OP pode envolver as seguintes decisões: Elaborar a previsão de vendas do período; Definir qual fábrica atenderá a demanda de um determinado mercado; Definir os parâmetros de eficiência do processo; Monitorar a qualidade do produto; Monitorar os fornecedores; Redefinir capacidades da linha de produção; Especificações de produto.

VMI - Vendor Managed Inventory – Gerenciamento de Inventário pelo Fornecedor - Um método de ressuprimento onde o fornecedor é responsável pelo monitoramento da demanda e dos níveis de estoques de seus produtos junto ao cliente. Para operacionalizar esse conceito, o fornecedor tem acesso ao seu balanço de inventário no cliente e à informação de demanda bruta. O fornecedor tem a autoridade e a responsabilidade de repor o estoque do cliente de acordo com uma política, mutuamente acordada. Duas das mais significativas diferenças do modelo VMI em relação a outros métodos de ressuprimento são que o fornecedor acessa diretamente a demanda do cliente ao invés das Ordens de Compra e que uma camada de processamento de informação é removida. Esse segundo aspecto ajuda a aumentar a fluidez do fluxo de informações e também contribui para a sua acuracidade. Como o fornecedor tem visibilidade e controle do fluxo e do seu processo, ele poderá priorizar sua produção e embarques, no caso de situações críticas de forma mais eficiente. Termos relacionados: POS, CPFR.

Supply Chain e a Gestão Colaborativa

Supply Chain e a Gestão Colaborativa
15/12/2010 | Fonte: Administradores Noticias   
 
 
 
 
Por Márcio Elídio Campi

Dentro de uma transação entre clientes, empresas e fornecedores o que tem sido bastante explorado é a gestão colaborativa entre essas classes dentro do mercado em que atuam.

A gestão colaborativa possui um enfoque maior dentro do bussines to bussines, onde os negócios são realizados entre empresas.

O tempo em que apenas um lado da cadeia ganhava está com dias contados. Isso porque, quando apenas um lado sai vitorioso, esse acaba inviabilizando o negócio daquela cadeia ou do segmento em que atuam.

Assim, o pensamento de ganhar a qualquer custo dentro do departamento de suprimentos das empresas está dando lugar para a gestão colaborativa.

A gestão colaborativa dentro da cadeia de suprimentos toma o formato de parceria entre os elos da cadeia. Cada um dos parceiros disponibilizam suas informações para o outro parceiro envolvido em sua cadeia, no sentido de juntos conseguirem uma forma mais eficaz de gerirem seus custos e conseqüentemente seus lucros.

Dessa forma, é criada uma harmonia dentro dos elos da cadeia de suprimentos, havendo espaço para que todos possam se beneficiar com essa parceria. A gestão colaborativa trata-se de um modelo de gestão dentro do supply chain das empresas que está sendo adotado por muitas empresas conhecidas de mercado, podendo ser utilizado no varejo e industrias de forma geral.

Não há mais espaço no mercado para aquelas empresas que praticam somente o ganha-perde com as demais empresas de seu relacionamento. Ganhar a qualquer custo não representa mais expertise e longa vida. Portanto, a gestão colaborativa aparece de uma forma onde busca a interação entre cliente e fornecedor na busca de uma maior lucratividade.